São Paulo, 3 de outubro de 2011-10-03

Nome da Escola – Escola Nova Lourenço Castanho Ltda.

Endereço: Rua Diogo Jacome, 224

Bairro: Vila Nova Conceição

Cidade/estado: São Paulo - SP

Telefone: (11) 3049-5330

Site: www.lourencocastanho.com.br

E-mail: infantil@lourencocastanho.com.br

Direção: Marcia Sprenger Dalla Stella

Coordenadora pedagógica: Ligia Ticianelli/Luciana Bolonha

Professora:Bárbara de Sá Barreto/Tatiana Sayegh

Turma:Maternal II tarde

Nº de alunos:17

Faixa etária: 3 anos completados no primeiro semestre

Tema do Projeto: Brinquedos e Brincadeiras Cantadas

Início e término: Duração: ano letivo

Cópia do trabalho pedagógico:

O projeto “Brinquedos e Brincadeiras Cantadas”, surgiu durante as primeiras conversas em roda onde os alunos solicitavam diariamente, músicas e brincadeiras para cantarmos ou dançarmos no início das nossas tardes.

A partir dessas solicitações, as crianças evidenciaram todo encantamento ao ouvi-las e cantá-las, demonstrando interesse em memorizá-las. Nessas ocasiões expressavam-se com o corpo, fizeram movimentos associados, e divertiram-se bastante.

Durante uma roda de conversa surgiu um rico questionamento sobe o projeto realizado por algumas crianças no ano passado: “Sabe que o Candinho (Cândido Portinari) brincava de pula carniça?”. Foram então questionados: E será que ele também brincava de carrinho? “Não!”, disseram as crianças, “Carrinho e brinquedo de verdade nem existiam”. E mais uma vez foi lançada uma pergunta a eles: “Será que existia algum brinquedo no tempo do Candinho?”; “Acho que não”, responderam alguns alunos.

Com todos esses questionamentos aflorados fomos tirar nossas duvidas nos livros. Usamos um emprestado, que falava sobre algumas brincadeiras das crianças do Brasil: Giramundo, de autoria da Renata Meirelles.

Com ele tivemos a possibilidade de tirar informações não só dos escritos, mas também da produção artística da época estudada, mostrando de outra forma o que queríamos saber. Vale ressaltar que as imagens do Ivan Cruz, também foram apresentadas ao grupo, retratando os Brinquedos e Brincadeiras infantis.

Através dessas obras às crianças puderam fazer sua “leitura”, ampliando o vocabulário, usando a imaginação e a apreciando uma forma diferente de registrar fatos e momentos sem ser a fotografia.

Passamos então a procurar nas imagens de Ivan Cruz das brincadeiras. Todos perceberam, espantados, que já brincaram de algumas delas. Só que eram conhecidas por outros nomes, como: corre lá cutia, que todos conheciam como corre-cutia. Bem como ficaram surpresos, com o fato de que muitos brinquedos e brincadeiras persistiam no tempo, chegando até os atuais.

Num caderno de registro foram anotadas as brincadeiras e os brinquedos que já conhecíamos, e os que queríamos conhecer tais como: boliche, dança das cadeiras, amarelinha, passa anel, entre outras.

Após alguns estímulos, os alunos buscaram nas aulas de computação junto com a Lidiane, assistente de sala, mais brinquedos e brincadeiras, bem como o surgimento dos mesmos, incrementando ainda mais nossas pesquisaram em sala sobre o tema em questão; mostrando estarem envolvidos com tudo que era ensinado em sala de aula.

Através do projeto, ampliaram os conhecimentos sobre si mesmos e a realidade ao seu redor; Através dos jogos, e brincadeiras, foram oportunizadas a agirem nos relacionamentos com o outro, levando-as à apropriação de novos conteúdos, valores e significados com imaginação, humor, criatividade, paixão e prazer.

Os jogos com regras e brincadeiras populares foram motivos de interesse para o grupo. Segue o registro do jogo do boliche:

Fonte - www.lourencocastanho.com.br

Matéria no site da escola:

Ivan Cruz visita o Infantil

O Maternal II, da professora Bárbara Barreto, desenvolveu em 2011 o projeto Brinquedos e Brincadeiras Cantadas que teve como objetivo ampliar o repertório imagético e cultural dos alunos e, para isso, apoiou as discussões nas obras de Ivan Cruz.

Nesse projeto destacou-se a aluna Maria Clara Jaria que pediu para sua mãe, Ana Carolina de Mello, que nas férias a levasse ao Rio de Janeiro para conhecer o atelier de Ivan Cruz. Ana ficou surpresa com o pedido da filha e aproveitou a oportunidade para trazê-lo a Lourenço, começando a fazer o intermédio entre os dois, assim todos os alunos poderiam conhecê-lo pessoalmente.

Dessa forma, Ivan Cruz esteve presente na Educação Infantil no dia 28 e 29 de novembro, expondo para todos os alunos suas esculturas, sua história de vida e pintando um quadro ao vivo, retratando um menino soltando peão e uma menina pulando Amarelinha. Essa última foi eleita a brincadeira preferida dos alunos de Bárbara Barreto, que desenvolveram uma tela em tamanho real, inspirados na obra de Ivan, para a Mostra de Arte e Cultura.

Logo que chegou, Ivan Cruz declarou como se sentia com sua visita a Lourenço: “Fico sem palavras quando penso que uma menina de 4 anos quis me conhecer e chegou no artista através do trabalho plástico. Não sei como descrever esse momento, mas é uma passagem que vai ficar eternizada em um quadro meu” e contou um pouquinho da sua história: “O primeiro quadro que pintei retratando brincadeiras foi crianças brincando na praça nos anos 90 e simplesmente aconteceu, não foi algo planejado. O motivo de ter acontecido esse quadro foi porque, como sou um constante pesquisador, vivo sempre tentando coisas novas. Essa forma sem nenhuma pretensão de representar as figuras surgiu depois da experimentação de um trabalho abstrato – obra aberta em que retrata o que não tem na natureza, o que não sei ver. Sair do abstrato para o figurativo foi como se tivesse saído para um novo caminho, um primeiro passo para ter a preocupação com a anatomia. Foi impactante até para mim. Comecei pensando ‘vou pintar as brincadeiras que eu brinquei’ e apareceu um sujeito de Portugal, me oferecendo uma exposição lá, aí comecei a produzir mesmo, só que nesse meio tempo as pessoas foram me descobrindo e eu comecei a fazer sucesso, até uma professora que me convenceu a vender o quadro ‘Bolinha de Sabão’ e então eu fiquei por aqui no Brasil mesmo, desisti de Portugal. Não imaginava que meus quadros deixariam de ser contemplativos para se tornarem instrumentos utilizados dentro do conteúdo pedagógico e científico”. Complementou dizendo as razões pelas quais considera a brincadeira tão importante na vida das crianças e porque as fazem felizes: “Durante o período que comecei a pintar, conheci 3 pessoas que não brincaram na infância e que me falaram que não eram felizes, chegaram até se emocionar diante dos quadros. Quando penso em felicidade não dá para deixar de associar a brincadeira, ludicidade e fantasia. Uma criança sem isso fica difícil ser feliz. Uma vez um menino falou para mim: ‘Meu pai disse que se você fosse pintar a minha brincadeira faria um único quadro. Eu dentro do computador’. Isso das crianças brincarem só no mundo virtual me faz questionar se elas aprenderão a ganhar e perder que nem precisam para a vida. As brincadeiras são importantes até para os adultos, porque faz com que voltemos a nossas origens, a falta delas desumaniza.” Em meio a essa conversa, o artista propôs a todos a seguinte reflexão: “Se até os animais brincam, por que o homem está deixando de brincar?”